Ser outro paráclito

   

No evangelho de hoje (João 16, 5-11), Jesus nos fala sobre sua ascensão aos céus, sobre sua "ida" física para junto de Deus Pai e sobre o envio do Espírito Santo de Deus. No trecho seguinte, Jesus nos faz uma promessa:

"se eu não for, não virá até vós o Defensor; mas, se eu me for, eu vo-lo mandarei" (João 16, 7)

Neste trecho Jesus chama o Espírito Santo de Defensor, na tradução ecumênica da bíblia TEB o termo aqui utilizado foi Paráclito que significa consolador, ou defensor, ou as duas coisas. Mais adiante Jesus disse:

"⁸E quando vier, ele demonstrará ao mundo em que consistem o pecado, a justiça e o julgamento" (João 16, 8)

Temos aqui uma revelação da missão do Espírito Santo: revelar ao mundo em que consiste o pecado - antes de tudo recusar ter fé em Jesus - a justiça e o julgamento. Quando se refere à justiça não temos uma explicação muito clara, mas Jesus mostra que o Espírito Santo revelará o que significa a justiça " porque vou para o Pai, de modo que não mais me vereis". Ou seja, tem-se de forma implicita que o Espírito Santo veio substituir Jesus no ensino sobre a justiça.

   

Na último trecho deste evangelho, o Senhor nos deu um princípio eterno - uma verdade que não pode ser mudada - em que afirmou categoricamente "o chefe deste mundo já está condenado".

Enfim, que conseqüências práticas nós podemos tirar desta mensagem para nossas vidas?

Aqui me concentro no trecho em que Jesus chama o Espírito Santo de paráclito, ou seja, defensor, consolador. Desde o Antigo Testamento vemos a ação de Deus como consolador dos seus escolhidos. Jesus se coloca diante das pessoas de sua época como consolação para as dores da vida e como fonte de esperança. Com o envio do Espírito Santo, que continua as obras de Cristo e leva ao cumprimento as obras comuns à Trindade, Este assume também o papel de Consolador.

  

Assim como Jesus nos convida a sermos outros cristos nós também somos convidados a sermos outros Paráclitos, outros consoladores... E o Espírito Santo não só nos consola, mas nos leva a consolar os demais.

  

O consolo de Deus é transmitido pela sua palavra, pelas orações, pela caridade.

  

Deus usa de nós para consolar, defender e exortar. Ele usa de nossas bocas, nossos braços, nossos corações para transmitir seu consolo, transmitir sua força renovadora.

  

Existem muitas pessoas próximas de nós que precisam receber o consolo de Deus: são aquelas que estão fragilizadas pelo pecado, ou pelos vícios, são as que se encontram abatidas pela depressão, as pessoas doentes (na mente ou no corpo), são aqueles que estão a beira da morte, ou aqueles que se isolam, aqueles que se sentem sós, aqueles que estão desanimados, aqueles que estão desistindo de seguir Deus porque já não se sentem capazes, são aqueles que perderam sua dignidade, aqueles que foram humilhados... são tantos que precisam das palavras consoladoras de Deus! Mas Deus precisa de mim e de você para alcançar aqueles que precisam d'Ele...

  

Convido você a rezarmos juntos esta oração:

 

Senhor: Fazei de mim um instrumento de vossa Paz!

Onde houver Ódio, que eu leve o Amor,

Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão.

Onde houver Discórdia, que eu leve a União.

Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé.

Onde houver Erro, que eu leve a Verdade.

Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança.

Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria.

Onde houver Trevas, que eu leve a Luz!

Ó Mestre,

fazei que eu procure mais:

consolar, que ser consolado;

compreender, que ser compreendido;

amar, que ser amado.

Pois é dando, que se recebe.

Perdoando, que se é perdoado e

é morrendo, que se vive para a vida eterna!

Amém

Louvado seja nosso senhor Jesus Cristo!

Rafael Simões