Para fazermos a reflexão do Evangelho de hoje, tirado do Livro de São Mateus 9, 14-17, pegue a sua Bíblia para fazer a leitura ou então clique em LITURGIA DIÁRIA.
Encontrei no site da Canção Nova a homilia da leitura de hoje, feita pelo Pe. Bantu Mendonça, e acredito ser de muita valia para nós hoje ver a reflexão que ele faz!
"Geralmente quando ouvimos falar em jejum e abstinências o primeiro sentimento que temos não é muito agradável, normalmente é o de privação. A primeira idéia que nos vem à cabeça é ter que abdicar de coisas que nos agradam e talvez de outras que até já nem sabemos viver sem elas, e claro, consideramos isso muito desagradável. Isso se nos apresenta como um impedimento à satisfação das nossas necessidades, ou como uma restrição à nossa liberdade de escolha.
É preciso saber, porém, que o nosso inimigo, o demônio não perde nenhuma oportunidade de alimentar-se com os nossos vãos pensamentos. Pois, em nossas imaginações, nossos desejos e fantasias, ou seja, o nosso psíquico “olhar” interior, é onde o demônio encontra munição e facilidades para as suas armadilhas e sugestões. São principalmente destes vãos pensamentos que necessitamos praticar a abstinência e o jejum. Ou seja, é urgente vigiar a mente e exercitarmo-nos na prática de pensamentos virtuosos, objetivos e realistas. O resultado disso é que, espiritualmente, de fato, mata-se de fome o demônio. Sublime maravilha! Nós nos recusamos alimentar o inimigo e como recompensa deste cerrado combate ficamos com a alma nutrida pela Graça. Esta é a abstinência que sacia a alma e com ela o corpo.
Esse é o profundo e definitivo jejum! Todos os jejuns e abstinências que a Igreja nos pede são inicialmente apenas jejuns exteriores, jejuns do corpo carnal. Porém sabemos que o homem não é somente carne; junto com ela coexiste o, ainda desconhecido, homem interior de cada um.
Portanto o jejum na carne não é apenas da carne, ele tem um conteúdo simbólico, na medida em que, através de uma relação de correspondência, estabelece uma estreita e misteriosa ligação com todo o resto do ser. Na verdade a abstinência de alimentos serve como uma espécie de ferramenta para a purificação da alma. Abstemos-nos dos alimentos carnais para nos fortalecermos espiritualmente para as abstinências da alma, para a abstinência dos pensamentos. Nós diminuímos a ingestão de matéria para o corpo em contrapartida o Senhor derrama na alma Suas Graças espirituais, a alma se ilumina e fortalece todo o ser.
Como podemos ver, o jejum é considerado autêntico, quando praticado em espírito de entrega, assim fazendo estaremos mais receptivos para receber as bênçãos gratuitas de Deus. Não devemos fazer do jejum um ato meritório, ou seja, para alcançar os favores de Deus, isso é mesclar as boas novas do evangelho com o formalismo do judaísmo antigo. Até porque Jejuar e orar quando imbuídos de um espírito de justificação própria, é uma abominação aos olhos de Deus.
A essência do jejum retomada por Jesus, o Vinho e Pano Novo está em Isaías: Is 58:6: Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras das servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo.
Oxalá, transformados pelo poder da palavra de Jesus sejamos realmente odres novos para receber o Vinho Novo e pano novo para receber Aquele que vem para remendar a nossa vida cheia de rasgões e furos feitos pelo nosso inimigo o demônio que anda a solta como o leão que ruge procurando a quem devorar!"
Que estas palavras possam tocar profundamente o seu coração!
Grande abraço a todos!!!
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