Os Sacramentos são os canais por onde flui a salvação de todos os homens, que Cristo conquistou com a Sua morte e ressurreição. Eles se relacionam intimamente com Cristo, com a Igreja e com toda a Liturgia. Há em todos eles um denominador comum, que é o conceito de sinal (seméion, em grego) eficiente ou sinal que realiza o que ele assinala.
A santíssima humanidade de Cristo é o grande sinal eficiente, transmissor da graça; também a Igreja, como Corpo de Cristo, prolongado na história dos homens (cf. Cl 1, 24) e a Liturgia, com seus ritos sagrados, continuam essa função. Cristo toca os cristãos pelos Sacramentos não apenas de maneira psicológica ou afetiva, mas de uma forma concreta.
O Cristianismo não é apenas uma filosofia religiosa, mas é, sobretudo, uma comunhão de vida com o próprio Deus da maneira que Ele estabeleceu, inclusive através dos Sacramentos. Não podemos ficar sem recebê-los, pois eles são os sinais comunicadores da graça divina; a Igreja - Corpo de Cristo prolongado - junto a estes, formam “o Grande Sacramento – a ordem sacramental através do qual a vida eterna do Pai flui até cada indivíduo em particular” (E. Bettencourt).
São em número de sete os Sacramentos instituídos pela Igreja (cf. DS 860;1310;1601 e Cat. §1113):
- o Batismo;
- a Confirmação ou Crisma;
- a Eucaristia;
- a Penitência;
- a Unção dos Enfermos;
- a Ordem;
- e o Matrimônio.
Os efeitos produzidos por todos eles são o caráter e a graça santificante.
O caráter é uma marca, um selo espiritual que é impresso na alma do cristão através do Batismo, Crisma e Ordem, e estes não podem ser repetidos. Esta marca significa uma pertença a Cristo, e não depende das disposições morais da pessoa que recebe o sacramento. Santo Agostinho comparava esta marca com aquela que era impressa nas ovelhas, no gado, e até nos escravos pelos seus donos. Mesmo desertado o escravo continuava com a marca para sempre. A graça santificante comunicada pelo Sacramento é a “participação na vida divina” de que falou S. Pedro (1Pe 1, 4), que a pessoa pode não receber se põe obstáculo a ela. Por exemplo, se alguém comunga em pecado grave, ou se não crê na Eucaristia, mesmo assim recebe o verdadeiro Corpo de Cristo, mas não recebe a graça. Por isso os seus frutos dependem do esforço de conversão da pessoa e das suas disposições interiores.
O catecismo diz que "sacramento é um sinal sensível, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, para produzir a graça em nossas almas e santificá-las". Desta definição resulta que três coisas são exigidas para constituí-lo:
- "Um sinal sensível", representativo da natureza da graça produzida. Deve ser "sensível" porque se não pudéssemos percebê-lo, deixaria de ser um sinal. Este sinal sensível consta sempre de "matéria" e de "forma", isto é, da matéria empregada e das palavras pronunciadas pelo ministro do sacramento.
- Deve ser "instituído por Jesus Cristo", porque só Deus pode ligar um sinal visível à faculdade de produzir a graça. Nosso Senhor, durante a sua vida mortal, instituiu-os pessoalmente, deixando apenas à Igreja o cuidado de estabelecer ritos secundários, realçá-los com cerimônias, sem tocar-lhe na substância.
- "Para produzir a graça": isto é, distribuir-nos os efeitos e méritos da redenção que Jesus Cristo mereceu por nós, na cruz. Eles comunicam esta graça, "por virtude própria", independente das disposições daquele que os administra ou recebe.
Estaremos aprendendo um pouco mais sobre cada um dos sacramentos ao longo das próximas semanas.
Aguardem!!!!
Klênia Pereira Pires
1 Comentário(s). Clique aqui!:
Nossa Klênia, Parabéns!!
ficou mto bom esse artigo introdutório sobre os Sacramentos. Muito ampla a abordagem. Gostei muito!!
Que Deus continue lhe abençoando neste trabalho!
um abço!
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