Dai a César o que é de César-parte 2

Para complementar a reflexão sobre o evangelho de hoje, pode-se perceber que Jesus apesar de saber que o povo hebreu esperava um Messias que fosse um libertador político não usou isto a seu proveito ou até mesmo como uma oportunidade de fazer sua mensagem ser mais aceita. Jesus cumpriu sua missão sem ceder às tentações do poder e da vaidade humana...

Isto nos traz uma mensagem clara: apesar de existirem formas diferentes de se levar a mensagem do evangelho, Jesus escolheu aquela que já havia sido preparada pela Santíssima Trindade. Isto nos leva à uma reflexão sobre os critérios para se fazer o bem: quais as condições para que nossas atitudes sejam consideradas moralmente boas? Qual o critério correto, já que existem muitas formas diferentes de se alcançar um mesmo objetivo bom?

Segundo a Igreja Católica uma ação para ser moralmente boa, não basta apenas ter uma boa intenção na sua origem e também não basta alcançar um resultado que seja benéfico às outras pessoas. É bem diferente do que Maquiavel propôs: “Os fins justificam os meios”; e bem diferente do que vemos muitas pessoas falaram sobre sua aceitação de políticos corruptos: Rouba mas faz”.

Para nós cristãos uma atitude só é aceita como moralmente boa mediante três critérios:

  1. O objeto escolhido – ou seja, a atitude tomada racionalmente;
  2. A intenção, ou fim desejado;
  3. As circunstâncias, incluindo as conseqüências da ação tomada.

Por exemplo, um serviço prestado tem por fim ajudar o próximo, mas pode ser inspirado, ao mesmo tempo, pelo amor de Deus como fim último de todas as ações ou pode ter várias intenções, como prestar um serviço para obter um favor ou para satisfazer a vaidade.(CIC 1752)

Uma intenção boa (por exemplo: ajudar o próximo) não torna bom nem justo um comportamento em si mesmo desordenado (como a mentira e a maledicência). O fim não justifica os meios. Assim, não se pode justificar a condenação dum inocente como meio legítimo para salvar o povo. Pelo contrário, uma intenção má acrescentada (por exemplo, a vanglória – contar vantagem) torna mau um ato que, em si, pode ser bom como a esmola (CIC 1753).

As circunstâncias – incluindo as conseqüências - contribuem para agravar ou atenuar a bondade ou malícia moral dos atos humanos. Podem também diminuir ou aumentar a responsabilidade do agente (por exemplo, agir por medo da morte). As circunstâncias não podem, por si mesmas, modificar a qualidade moral dos próprios atos; não podem tornar boa nem justa uma ação má em si mesma (CIC 1754).

Enfim, pode-se perceber que não adianta apenas querer fazer o bem (intenção), e não basta apenas ter uma atitude boa (objeto) porque as circunstâncias influenciam na qualidade moral da sua ação. Outro exemplo, um político ajuda uma família necessitada e depois lhes exigem que votem nele. Sua ação foi boa, mas suas intenções eram interesseiras, assim ele não praticou uma boa ação.

Um exemplo mais extremo: em nome da vontade da mãe se realizar um aborto. A intenção é o “bem” da mãe – coloco bem entre aspas, porque essa afirmação é discutível – o objeto, ou atitude é matar o feto e retirá-lo do útero da mãe (realizar um aborto) e as circunstâncias podem ser muitas, como uma mãe adolescente, ou uma mãe que foi agredida, ou uma mãe que simplesmente não quer o filho. A intenção pode até ser considerada boa; mas a atitude é intrinsecamente má porque envolve um assassinato, então mesmo que as circunstâncias possam ser atenuantes – como por exemplo o filho ser resultado de um estupro – como visto anteriormente estas circunstâncias não transformam este ato moralmente mau em um ato bom...

Temos que refletir sobre isso. Porque nossas atitudes - quando vivemos em sociedade - é a maneira que temos de fazer política e de ser cristãos.

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!

Rafael Simões

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Unknown disse...

Deus te abençoe sempre.
Beijos
Léia Cristina

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