Precisamos Também de Sinais?

    

Paz de Jesus à todos!

   

No evangelho de hoje (João 6,30-35) vemos novamente a sabedoria humana confrontada com a sabedoria divina. Pouco após Jesus ter realizado o milagre da multiplicação dos pães e ter alimentado mais de 5.000 pessoas; após ter sido procurado pelo povo por causa das suas intenções mesquinhas de satisfação pessoal, como foi visto no evangelho de ontem:

“Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. ²⁷Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”. (João 6, 26-27)

  

Jesus pediu-lhes que realizassem a vontade de Deus Pai crendo nEle: Adivinhe qual a reação do povo?  Pedem-lhe algum sinal! E ainda citam como exemplo, o maná do deserto dado por Moisés! Você consegue enxergar o quanto isto é absurdo? Jesus acabara de multiplicar pães e alimentar o povo (com pão e com Suas palavras), sua vida pública foi completamente repleta de sinais, milagres, curas, restaurações de vidas e, ainda assim, o povo lhe pede algum sinal (talvez mais pães)!

  

Será que nós somos assim? Será que somos gratos à Deus por seu plano de salvação que custou o sacrifício de Jesus e a entrega de muitas vidas para que as palavras de vida eterna nos alcançassem hoje? Será que percebemos o amor de Deus, seu cuidado e carinho com nossa vida? Será que percebemos os presentes que Ele nos deixou para que pudéssemos vencer o mal durante nossa vida terrena, entre eles os sacramentos da Igreja, a Bíblia e a comunidade cristã?

  

Muitos de nós, queremos um deus-escravo... Queremos que os planos de Deus sejam nossas vontades e, deste modo, ficamos pedindo sinais; pedindo prodígios os quais Deus nos dá todo o tempo! A força para vencer o pecado (mal) e de fazer a vontade de Deus (bem) somente é possível porque Jesus nos concede a dom da fé, e porque Ele nos envia o Espírito Santo para nos inspirar a Santidade!

  

No entanto, os sinais que usualmente pedimos são aqueles que nos convém: saúde inabalável, dinheiro, prosperidade material, bens, poder... Isto é muito comum! Vemos o tempo todo "igrejas" pregando que a vontade de Deus é a prosperidade e, distanciando-se das palavras ensinadas por Jesus, criam uma teologia em que a prosperidade material (riqueza) é o sinal de que se foi "eleito" por Deus e de que se pratica sua vontade...

  

Temos que rejeitar este pensamento utilitarista, egocêntrico e pior: falso! Deus não está sujeito às nossas vontades! E mais, os planos de Deus não seguem necessariamente as lógicas e quereres dos homens, como está escrito:

  

"Já que o mundo, com a sua sabedoria, não reconheceu a Deus na sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura de sua mensagem."(I Coríntios 1,21) 

    

e ainda

   

"Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar."(I Coríntios 2,14)

   

Devemos conhecer a vontade de Deus para nós e pô-la em prática. Para isso é preciso conhecer Jesus e amá-lo, porque Ele nos amou primeiro. Mas vale lembrar que:

   

"Eis como sabemos que o conhecemos: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz conhecê-lo e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele." (1 João 2, 3-4)

 
  Louvado seja nosso senhor Jesus Cristo!

 

 

Rafael Simões