Muito bom dia, meus amigos!
Que o Senhor possa conceder uma chuva de graças sobre a vida de cada um de vocês!
Essa passagem de hoje é muito rica, concordam?
Primeiro Jesus partilha com seus amados todas as dificuldades pelas quais deveria passar para manifestar a glória de Deus. Em seguida, observamos uma mãe que se prostra na presença de Jesus para lhe fazer um pedido um tanto egoísta. Por final, Jesus aproveita esse momento de tentação da mãe dos filhos de Zebedeu para ensinar uma grande lição sobre a humildade e a servidão.
Gostaria de focalizar nossa reflexão um pouco mais nesse momento em que uma mãe se coloca na presença do Mestre para expressar os desejos de seu coração de genitora....
Há muitas pessoas que imaginam que o simples fato de nos prostrarmos diante do Senhor e fazermos nossos pedidos eles já serão atendidos. Não foi o que aconteceu nessa passagem de hoje. E olha que a intenção daquela mulher era muuuuuito boa! Que intenção poderia ser melhor do que ter os filhos ao lado de Jesus? A questão é que o pedido dessa mulher não é algo simplesmente inclusivo. Na realidade, é completamente excludente!
Pensemos bem: para grande parte dos judeus, a espera do messias era muito mais voltado para questões políticas que para espirituais. Se eles estavam caminhando para Jerusalém, a capital política, certamente era chegado o momento da tomada do poder e entronização de um novo rei que traria a liberdade política, tão sonhada em relação ao domínio romano na região.
E o que aquela mulher pede? Uma vez entronizado, que Jesus "ordenasse" que seus filhos fossem as pessoas que teriam a honra de se sentarem ao lado de Jesus.
Vocês conseguem perceber o quanto esse pedido é egoísta? O quanto ele é excludente?
A questão é que isso continua acontecendo em nossos dias. Quantas pessoas se ajoelham, se prostram diante do Senhor, para fazerem pedidos os mais absurdos possíveis!
Lembro-me de um fato interessante, acontecido recentemente. No dia da apuração dos votos das escolas de samba de São Paulo, acabei vendo uma cena que me deixou um tanto intrigado: uma mulher de comissão executiva de alguma escola estava se remoendo com o terço nas mãos, com uma cara de quem estava "orando fortemente", certamente pedindo que sua escola ganhasse em detrimento das outras. Agora o que mais achei interessante é que ela demonstrava tanto sofrimento naquela oração, tanta "concentração e fé", pedindo por algo que de maneira alguma iria mudar, uma vez que os votos já tinham sido dados nos dias dos desfiles. Não tinha porque sofrer tanto e nem se mergulhar em orações infindáveis, já que nada poderia ser mudado e, sinceramente, não acredito que Deus iria intervir numa situação daquela, tomando partido por um grupo em detrimento de outros, ainda mais em uma festa em que as tentações correm soltas, levando inúmeros de seus filhos a quedas espirituais profundas.
Será que em nossas vidas não fazemos a mesma coisa? Será que não acabamos querendo transformar Deus em um controle remoto espiritual para atender nossos caprichos individuais?
Não acredito em nenhuma espiritualidade que busque apenas fins egoístas, individuais. Nossa religião deve sempre buscar o bem do próximo e é justamente essa explicação que Jesus dá para seus discípulos no final do evangelho:
"Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos"
Deixo as palavras do Mestre ecoando em nossas mentes, para que possamos continuar refletindo essa passagem de hoje em nosso dia.
Deus nos abençoe cada vez mais, nos dê humildade e discernimento!
Grande abraço fraternal,
Márcio Gomes Pacheco
1 Comentário(s). Clique aqui!:
Concordo. Riquíssima essa passagem do Evangelho...
Realmente, muitas vezes nós caímos na tentação de querer que Deus realize a NOSSA vontade, na hora que nós queremos, esquecendo-nos de que nem sempre a nossa vontade é o melhor para nós e nem sempre o tempo de Deus é o nosso tempo...
É preciso ter muito cuidado com isso, pra não cair naquela de pensar que "Deus não me escuta, não faz nada do que eu peço"... Será que não temos feito apenas pedidos absurdos?
Abraços a todos...
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