Muito bom dia, meus amigos e irmãos!
Hoje celebramos o dia de Nossa Senhora das Dores. Infelizmente não terei tempo de comentar o Evangelho nessa parte da manhã, tendo em vista que já estou meio atrasado para o começar meu serviço (ainda estou em casa). Deixarei você na presença do Pe. Bantu, da Canção Nova.
Ontem dia 14, Celebramos a festa da Exaltação da Santa Cruz. E hoje São João nos apresenta o texto da crucificação do Mestre. Quero fazer-te recordar que crucificação era um método romano de execução, primeiramente reservado para os escravos. Nesse ato se combinavam os elementos de vergonha e tortura. O castigo da crucificação começava com a flagelação, depois de o criminoso ter sido despido. Colocava-se, em geral, uma inscrição por cima da cabeça da pessoa (Mt 27,37; Jo 19:19) em poucas palavras, exprimindo o seu crime. O criminoso levava a sua cruz ao lugar da execução. Algumas vezes o condenado era apenas atado a esse instrumento de suplício.
Tenho chegado a hora d’Aquele que se fez contar entre os ladrões para a todos salvar, não teve outra sina senão a Cruz. Assim, Jesus Cristo como qualquer os criminosos carregou a sua cruz e tendo chegado ao cimo da montanha foi pregado na cruz.
Os três evangelistas sinóticos, Marcos, Mateus e Lucas, registram a presença das mulheres, à distância, no momento da crucifixão de Jesus. João, no seu evangelho, as apresenta junto à cruz, Maria Madalena e Maria a mãe de Jesus, acrescentando o discípulo que Jesus amava.
Há aqui um pormenor a salientar. Só o evangelista João apresenta Maria e o discípulo amado junto à cruz, já que Mateus, Marcos e Lucas referem que havia umas pias mulheres um pouco afastadas da cruz. O que se quer evidenciar neste pequeno trecho são as palavras de Jesus à mãe e ao discípulo amado: Este é o seu filho. Em seguida disse a ele:- Esta é a sua mãe.
Jesus ao dizer: eis a tua mãe quer personificar no discípulo os seguidores de Cristo que são objeto do seu amor, porque observam a sua Palavra. E assim, ela é proclamada Mãe de toda a Igreja.
Com as palavras ao discípulo, Jesus esclarece o seu pensamento: eis a tua mãe. Maria não é só a mãe de Jesus, mas a mãe dos discípulos, a mãe da Igreja, a mãe de toda a humanidade. Jesus revela então a Maria a sua missão de mãe e ao discípulo a sua missão de filho.
O episodio ficaria incompleta se João não descrevesse a atitude, gesto e carinho do discípulo amado: e desde aquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa.
Na cruz, completa-se a obra reveladora de Jesus, a sua hora alcança a plena revelação. Maria está presente em todos os momentos do ministério de seu filho, mas de modo mais pleno vemo-la nas bodas de Caná, quando Jesus afirma que ainda não é chegada sua hora. que tinha estado presente em Caná, (Jo 2,4), e agora na hora derradeira da Sua vida. Ela assiste no calvário à consumação da hora redentora.
Agora é chegada a hora. É a hora do sinal maior: a glorificação de Jesus, a sua fidelidade plena ao projeto do Pai, até a morte.
Em Maria, a mulher, temos a mãe de Deus. Maria de Madalena, que sairá em busca de Jesus no horto, como nos Cânticos dos Cânticos, representa a nova comunidade como esposa do ressuscitado.
O discípulo amado, representante de todos os crentes, é envolvido nesta hora, acolhendo a mãe de Cristo no seu coração e aceitando-a como sua mãe. João, recebendo Maria como mãe, representa o discipulado, como filhos de Deus, herdeiros da vida eterna, em Jesus. Esta cena junto à cruz está carregada de simbolismo, já que o evangelista quer apresentar Maria como mãe da Igreja. Maria minha mãe volvei o vosso olhar sobre mim e rogai por mim a Jesus vosso filho e meu irmão.
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